sábado, 15 de setembro de 2012

Garrafa ilusionista

Esta noite não quero ver tv,
sinto-me estúpido e nem sei porquê,
Talvez pegue, sei lá...num pedaço de papel,
Pode ser que saía de lá mel...

Depois penso em cenas,
Entulho vêem-me à cabeça apenas,
Mas vou fazer ouvir a minha voz,
Aquela que dá cabo dos avós...

Olho para a minha mão,
sou colhido por um camião,
Depois vejo um camarão,
com um grande ar de lambão...

Vinho tinto aqui tão perto,
Não fujas para o deserto!,
Já trazias era esse licor,
Para afastar a dor,
Até já ando a perder fulgor...

 Bêbados em Portugal e no mundo,
A cada segundo, batem fundo!,
Choros descontrolados,
Caldos entornados...

Já lhes falta o tacto,
E de nada lhes ajuda o olfacto,
É um facto...

Há risos, sorrisos,
cascas de tremoços que dão para encher poços!,
Comemorações da bela da vida cheia de nada,
Com a cabeça já bem encarnada...

Os maiores perigos da vida às vezes são aqueles que julgamos serem nossos amigos,
Bebidas, tabaco...vícios antigos,
Confortavelmente pensamos que estamos a desfrutar,
Quando, na verdade, nos estão a matar...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A formiga

Nasceste, cresceste, fugiste e sobreviveste,
Boa escolha que fizeste,
Não que vás ter vida melhor,
Mas por agora escapaste do pior.

Todas as noites aparecias sem avisar,
Pé bem ligeiro para eu não acordar,
Ainda que nunca estejas propriamente parada,
E por obrigação todos os dias faças caminhada.

Às vezes pareces uma mosca tonta,
Mas teu sentido de orientação não se desmonta,
Mais organizada que tu não existe,
 É uma coisa que 'não te assiste'.

Mas também és insignificante,
Não levas uma vida gratificante,
Não passas momentos delirantes,
Nem os vais passar agora, nem antes.

Individualmente não és a mais esperta,
Colectivamente és a melhor pela certa,
Fosse toda a gente dessa maneira,
A felicidade não parava de pingar da torneira...