Esta noite não quero ver tv,
sinto-me estúpido e nem sei porquê,
Talvez pegue, sei lá...num pedaço de papel,
Pode ser que saía de lá mel...
Depois penso em cenas,
Entulho vêem-me à cabeça apenas,
Mas vou fazer ouvir a minha voz,
Aquela que dá cabo dos avós...
Olho para a minha mão,
sou colhido por um camião,
Depois vejo um camarão,
com um grande ar de lambão...
Vinho tinto aqui tão perto,
Não fujas para o deserto!,
Já trazias era esse licor,
Para afastar a dor,
Até já ando a perder fulgor...
Bêbados em Portugal e no mundo,
A cada segundo, batem fundo!,
Choros descontrolados,
Caldos entornados...
Já lhes falta o tacto,
E de nada lhes ajuda o olfacto,
É um facto...
Há risos, sorrisos,
cascas de tremoços que dão para encher poços!,
Comemorações da bela da vida cheia de nada,
Com a cabeça já bem encarnada...
Os maiores perigos da vida às vezes são aqueles que julgamos serem nossos amigos,
Bebidas, tabaco...vícios antigos,
Confortavelmente pensamos que estamos a desfrutar,
Quando, na verdade, nos estão a matar...